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São suas decisões e não suas condições que determinam seu destino

Na minha atuação como Assistente Social, trabalhando com famílias beneficiárias de Programas Sociais, especialmente Programa Bolsa Família, tenho que lidar com alguns desafios e um deles, não o maior, mas com certeza o mais limitador, é o de lidar com a frustração de perceber que muitos desistiram, simplesmente desistiram de superar a sua situação de vulnerabilidade e dependência, seja pela desilusão no sistema, por ter experimentado a pior forma da degradação humana que os levaram a depender dos Programas Sociais, seja por não acreditar nas suas potencialidades ou capacidades, ou por acomodação. 

É frustrante perceber o quanto muitos desses indivíduos preferem ou não conseguem sair da posição de vítimas e aceitam resignados que não há mais nada a ser feito, e muitas vezes,  em vez de tentar  superar a situação, reforçam ainda mais a identidade de carentes, necessitados e vítimas da sociedade e do sistema.

Não tem mais espaço para sonhos, não há perspectiva e se deixam levar pela correnteza, indo para onde a vida levar e não onde decidem chegar.

Em minha jornada do Desenvolvimento Pessoal, tenho aprendido que devemos nos responsabilizar pela nossa vida e pelos nossos resultados, ter proatividade e pegar as rédeas da própria vida.

Em seu livro- Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, Stephen R. Covey , no tema sobre a proatividade, fala sobre três tipos de controle, a saber: Controle Direto, problemas que envolvem nosso próprio comportamento; Controle Indireto, problemas que envolve comportamento dos outros e Controle inexistente, onde não existe controle, não podemos interferir. Para resolver as situações que envolvam o Controle Direto, devemos trabalhar nossos hábitos, portanto podemos interferir na situação, diferente de situações que envolvam o Controle Indireto ou Inexistente, pois nessas situações não podemos interferir, porque não podemos interferir nos hábitos dos outros, não podemos decidir pelo outros, e há situações onde não podemos interferir, independe de nós.

Diante disso, observo que os indivíduos aqui citados, vivem como se todas as situações estão em modo de Controle Inexistente, agem como se não pudessem interferir em suas situações, tem dificuldade de compreender que podem e devem fazer algumas ações, tomar algumas atitudes para melhorar a sua situação, dentro do Controle Direto. 

Não assumem a responsabilidade e a decisão de mudar, pois como já foi dito, desistiram de tentar. Há a predominância de uma visão limitada e fatalista, onde não há boas perspectivas, Quando se  lhes apresentam uma solução, respondem com um problema: porque não tenho a escolaridade suficiente para conseguir uma vaga de trabalho! não tenho mais tempo! não tenho dinheiro! o mercado de trabalho é competitivo e limitador! moro em um bairro discriminado socialmente! tenho muitos filhos, não dá para trabalhar em período integral! não posso fazer uma faculdade e etc..etc...há mais argumentos que justificam a situação e reforçam o problema, do que perspectiva de mudanças e decisões. 

Levando em consideração a definição de Controle Direto e Controle Inexistente, podemos perceber nos exemplos, que grande parte dos argumentos apresentados para não superar a situação se refere à situações do Controle Direto: não tenho escolaridade, não tenho mais tempo, tenho muitos filhos, não tenho dinheiro. São situações onde há a possibilidade de interferir, mudando hábitos e comportamentos. Decida voltar a estudar, para ter mais chance no mercado de trabalho; crie seu tempo, assuma a responsabilidade sobre o que é e o que não é prioridade. Faça um planejamento familiar, vivemos em tempos de avanços na medicina, onde há a possibilidade de decidir quantos filhos ter e quando os ter. Observo que de fato o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e limitador, são poucas vagas e muita procura. Entendo que viver em territórios discriminados socialmente, pode interferir na vida das pessoas, isso não podemos mudar, mas podemos mudar as nossas perspectivas, nossos hábitos e decisões. 

Podemos escolher ficar parados, se lamentando, justificando e reforçando nossas fragilidades ou simplesmente levantar e fazer o que nos cabe, o que se encontra dentro da nossa zona de controle.

Nosso grande desafio: favorecer a autoconsciência e esperar que cada um faça a parte que lhe cabe.

Isso vale para esses indivíduos, no caso os beneficiários do Programa Bolsa Família, como para qualquer ser humanos, pois somos dotados de inteligência e imaginação, mas de nada serve se não nos responsabilizarmos pelos nossos próprios resultados. É muito fácil se colocar na posição de vítima,  culpar o governo, o sistema, o papa...mas o que de fato estamos fazendo por nós? que decisões e ações estamos tendo diante de uma situação desfavorável? Estamos esperando que os outros supram as nossas necessidades? 

Compartilho da seguinte opinião:

           "Saiba que são suas decisões e não suas condições que determinam seu destino" 

(Tony Robbins)



                                                              

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